sexta-feira, 10 de março de 2017

Quem Somos

O Clã Trinovantes foi descoberto em terras brasileiras em 2014, em meio as pesquisas e resgates tradicionalistas do grupo experimental liderado por mim mesmo (Roberto) chamado Ordem Pentacular onde eram praticadas 5 tradições de Magia Clássica: Céltica-Irlandesa, Nórdico-Islandesa, Grega Ateniense, Ianarra Stregoneria Italiana e Heka Idehu do Baixo Egito. A Ordem durou dois anos, seu fim deu-se em 2016. Mas enquanto ela existira foi descoberto o Clã Trinovantes que remonta a ancestralidade céltico-britânica primitiva. Enquanto a Ordem existiu o Clã era o ponto máximo em sua hierarquia e consequentemente a Tradição Irlandesa era o núcleo prático e teórico da Ordem. Como o fim da Ordem o Clã prosseguiu sob minha regência. Só retomei o mesmo em 2017 quando lancei a retificação de membros para novos integrantes, contudo, me aprofundei no resgate sobre o mesmo e obviamente que retirei os elementos da Tradição Irlandesa uma vez que a ancestralidade do Clã pertence a Tradição Britânica Continental, ou seja, da antiga Grã Bretanha e do culto aos deuses Galeses e Gauleses (oriundos do País de Gales). Há inúmeras diferenças entre essas duas tradições!

O Clã Trinovantes foi descoberto e não criado ou composto por ter existido em tempos antigos, sua prática e entendimentos pertencem a Bruxaria Tradicional e por isso trata-se de uma Tradição resgatada ou reconstruída. A Tradição Britânica Continental é diferente da Traditional British Witchcraft de Robert Cochrane, embora existem elementos comuns a ambas uma vez que a primeira é folclórica e resgatada do politeísmo bruxo da Antiguidade britânica e a segunda marcada pelo medievo (Idade Média) e pelo que é chamado de "meso-paganismo" (sincretismos com elementos cristãos e de culturas de outras regiões). No livro "Feitiçaria - A Tradição Renovada" de Doreen Veliente e Evan John Jones nos é apresentada parte da Tradição de Robert e de seu Clã de Tubal Cain, percebem-se inúmeras semelhanças com o Wicca (embora diferenças sejam também colocadas). Para resumir podemos afirmar que a TBC é Bruxaria Tradicional Clássica e a TBW é Bruxaria Tradicional Medieval (embora seus registros estejam entre os séculos XVII, XVIII e XIX). Resumidamente a BT Clássica possui elementos como: politeísmo regional, folclore (lendas e mitos da Era "Pagã"), rituais com pouco cerimonialismo e elementos apenas do politeísmo regional; a BT Medieval possui elementos como: o Diabo, rituais muito cerimoniais, folclore sincretizado e elementos sincretizados.

O Diabo

No meio moderno muito se fala sobre a Igreja ter deturpado a imagem de deuses como o Pan grego e o Cernnunos céltico e os ter relacionado com o Diabo cristão, mas bruxos tradicionais do culto medieval afirmam algo diferente, dizem que realmente houve culto diabólico por parte dos bruxos na Idade Média sim! Antes de qualquer coisa é importante salientar que era um culto totalmente diferente do culto Satânico que nasceu no século XIX, a BT Medieval data da Idade Média e não do século XIX! Enquanto os satanistas acreditam que Satã é melhor que Deus e fazem oposição ao cristianismo, os bruxos medievais acreditam que o Diabo sempre existiu enquanto Deus foi invenção humana em razão do medo humano. São crenças diferentes, não é mesmo?!

Entre os bruxos tradicionais clássicos (que praticam a BT da Antiguidade pré-cristã) as opiniões sobre "o Diabo" se dividem, alguns ignoram, outros afirmam ser mitologia cristã e por isso não existir e alguns acreditam que ele se tornou um Arquétipo. Eu aposto na terceira opinião, pois, diferente do que falam os bruxos modernos sabemos que há muitas semelhanças entre a figura estereotipada do Diabo e dos deuses Cernnunos e Pan, e que os responsáveis por esta associação foram os bruxos medievais. Essa não foi a única associação que os bruxos medievais fizeram, há diversos elementos do folclore e das crenças britânicas e inglesas (berços da BT Medieval) - obviamente célticos - presentes nas tradições medievais. Na tradição de Tubal Cain o Diabo é uma figura primitiva, antiga, exótica, incomum e instintiva, além de ser o Grande Iniciador e Senhor dos Caminhos, atributos muito semelhantes ao do Cernnunos na Tradição Britânica Continental. Os cainitas entendem o Diabo como uma força indômita da natureza, assim como nós bruxos clássicos entendemos nossos Deuses. Como quis dizer Doreen Valiente no livro "Feitiçaria - A Tradição Renovada": "O que nos une é mais forte do que o que nos separa".

A Tradição Britânica Continental

Existem dois tipos de Tradições Britânicas Clássicas: a Continental e a Insula, a primeira pertence a Grã-Bretanha e a segunda às Ilhas Britânicas. Lendas como "A Senhora do Lago", "Teliesin" e "Rei Arthur" pertencem a Tradição Continental, o filme "As Brumas de Avalon" dá uma certa pincelada no que seria essa Tradição (embora a autora dos livros e o diretor do filme tenham se baseado muito no Wicca). Diferente do filme não somente uma Deusa e um Deus são cultuados na nossa Tradição, são 20 Deuses inclusos em nosso ofício: 13 atrelados aos fluxos lunares e 7 atrelados a fluxos primitivos e humanos da terra. Instrumentos como cordas, caldeirões, rodas, agulha, martelo e partes de animais são utilizados (entre outros); O Ogam é utilizado de diversas formas, especialmente para divinações e confecção de talismãs; Trabalhamos com as 13 luas tradicionais para muitas coisas, inclusive para entender qual é o potencial ancestral do bruxo e por quais forças da natureza (deus/a) ele é regido, ou seja, a lua que o mesmo nasceu determina tudo isso, conhecidos hoje como: animal de poder, planta ou árvore de poder, pedra de poder, elemento de poder, cor de poder e número de poder (entre outros). Cremos que tudo que é regido pela lua que o bruxo nasceu fortalece e protege o mesmo, inclusive a divindade que rege aquela lua.

Muito da imagética que se tem hoje sobre bruxas tem origem nas formas britânicas e inglesa de vê-las, por isso alguns aspectos desse imaginário estão presentes nos reais costumes da tradição, tais como: trajar preto! Mas o preto das nossas vestes não tem nenhuma relação com a simbologia neopagã/wiccan de mistério, oculto ou feminino. Não, não! Na verdade a tradição de usar preto tem relações com a cor negra da medeira do carvalho (especialmente quando está seca), o carvalho é uma das 13 árvores que estão atreladas ao ciclo lunar e a magia de uma forma muito intensa, sua fid (singular de Fedha, peça do Ogam) Dear simboliza o druida, sua sabedoria e sua concreta e grandiosa proteção, além do seu grande e enorme poder. Pois é, eis o motivo de trajarmos preto em nossos rituais, feitiços e trabalhos mais comuns. Nos Festivais trajamos outras cores, mas vou preferir deixar essa informação restrita ao Clã.

O Clã Trinovantes Hoje

Hoje o Clã se encontra em retificações periódicas, dando semestral ou anualmente a chance de novos interessados tornarem-se adeptos do mesmo da nossa Tradição. Lembrando que o Clã pratica outras 3 tradições europeias separadamente a modo feiticeiro, são elas: ateniense, ianarra italiana e islandesa. O modo feiticeiro quer dizer que não tem foco devocional de culto e sim apenas o necessário para a realização de feitiços e trabalhos (sem sincretismos ou misturas, cada tradição tem seu momento). O modo devocional e de culto do Clã é unicamente voltado para a Tradição Britânica Continental. Acesse nossa page no Facebook @clatrino e fique por dentro das novidades da nossa próxima recepção de novatos/as.

Atenciosamente,
Roberto Trinovantes

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